Armazenamento de material biológico – Veja como fazer da forma correta
19 de dezembro de 2022
Fazer o armazenamento de material biológico de maneira correta é importante para que ele não perca os seus componentes ou sofra alterações. O que também permite atender as possíveis contraprovas ou confirmações de resultados sem que gere novas coletas e custos.Em um laboratório de análises clínicas, esses procedimentos fazem parte da rotina diária de trabalho dos profissionais da saúde. No entanto, o armazenamento não acontece da forma que deveria em boa parte das situações, tornando os resultados dos exames inválidos.Infelizmente, é comum que as amostras biológicas se degradem com o tempo devido ao armazenamento incorreto ou quando são transportadas em temperaturas não indicadas. Nesse sentido, se torna imprescindível seguir as etapas obrigatórias conforme as recomendações sanitárias.
O que é matéria biológico
No Manual de Vigilância Sanitária sobre o transporte para fins de diagnóstico clínico, a Anvisa cita o material biológico humano da seguinte forma:“Tecido ou fluido constituinte do organismo humano, tais como excrementos, fluidos corporais, células, tecidos, órgãos ou outros fluidos de origem humana ou isolados a partir destes”.E explica:“Esses microrganismos não são considerados materiais perigosos se for improvável que venham causar doenças em pessoas ou animais. São substâncias infecciosas, portanto, materiais perigosos se, mediante exposição a elas, forem capazes de disseminar doenças”.No dia a dia, esses materiais estão presentes nos exames laboratoriais, como aqueles de rotina. Depois do conceito, vamos entender mais sobre como armazenar e transportar tais substâncias através das dúvidas mais comuns.Qual seria o local de armazenamento usual para a conservação da amostra?
O armazenamento do material biológico, assim como a sua refrigeração, vai depender de diversos aspectos, como o tipo de material, a solução em que está suspenso, a finalidade do uso da amostra e a quantidade de tempo que será armazenado.Isso quer dizer que amostras de sangue, soro, fezes, urina, esfregaço e outros vão receber cuidados diferentes, podendo ser congelados por maior tempo ou não. Aliás, as fezes não podem ficar em ambientes abaixo de 0º C porque isso mataria parasitas, por exemplo.De modo geral, para garantir uma análise clínica da amostra de modo íntegro, a temperatura média de armazenamento indicada é de 4º C. Mas, vale lembrar que é preciso considerar o tipo de exame para fazer a refrigeração correta.É importante saber que se o material passar por processos de congelamento e descongelamento em ciclos, as amostras perdem a integridade, entre tantas outras situações que exigem cuidado.Sabendo disso, a solução mais viável e mais indicada vem com o uso de equipamentos de armazenamento com controle de temperatura, o que vale tanto também para o transporte das amostras.Por quanto tempo armazenar amostras de exames laboratoriais?
Para entender a questão do tempo de armazenamento, precisamos falar sobre as possibilidades de fazer isso. Atualmente, as amostras biológicas podem ficar em temperatura ambiente, geladeiras, freezer, freezers ultrabaixos ou freezers criogênicos.O que muda entre eles é a faixa de temperatura controlada. E qual é o melhor equipamento? Isso você sabe: vai depender do tipo de material biológico, da solução em que é suspenso, do uso da amostra e do tempo que ficará guardado. Conheça as diferenças.Temperatura ambiente (15º C a 25º C)
Os materiais biológicos com conservantes podem ser armazenados em temperatura ambiente em um lugar climatizado. No geral, não é considerado um modelo ideal para amostras biológicas que visem os dados moleculares como resultados. Um dos motivos é que o RNA se degrada rapidamente na temperatura ambiente e não pode ser isolado de tecidos se não for mantido em congelador.Temperatura refrigerada (2º C a 9º C)
Elas são ideais para guardar reagentes biológicos de curto prazo que são frequentemente usados, como é o caso de enzimas e anticorpos. Mas, não podem ser congelados e descongelados repetidas vezes durante o uso experimental. Permanecem viáveis quando usados dentro dos prazos recomendados pelos fabricantes.Apesar do nome “geladeira”, elas não são como geladeiras domésticas, que temos em casa. Na Elber Medical recebem o nome de Câmaras de Conservação.Temperatura baixa (-20º C)
Muitos materiais biológicos devem ser armazenados em freezers, com temperaturas de congelamento padrão e sem ciclos de descongelamento. Nesses equipamentos, DNA e RNA podem ser obtidos de tecidos suspensos em soluções adequadas ao congelamento. No entanto, não servem para quando não há soluções estabilizadoras ou para um armazenamento mais longo.Conheça alguns modelos de freezer científico da Elber Medical.Temperatura ultrabaixa (-80º C)
Os ultrafreezers são opções práticas para o armazenamento de longo prazo dos materiais biológicos. Isso porque impedem a degradação de ácidos nucléicos, proteínas, moléculas endocrinas e outras. Vale a pena seguir os protocolos de congelamento e descongelamento, como para os processos mais lentos ou mais rápidos.Na Elber Medical existem ultrafreezers com capacidade de até 600 litros.Temperatura criogênica (-150º C)
Nesse tipo de conservação criogênica, que acontece em freezers apropriados, a indicação é para amostras sensíveis e espécimes que não podem ser suspensas em conservantes. Também é imprescindível que se tenha uma orientação que venha de protocolos de congelamento e descongelamento ligados à atividade criogênica.Para saber mais: Descubra a temperatura correta para o armazenamento de sangueQual é o melhor lugar para armazenar amostras biológicas?
As variáveis precisam ser analisadas para uma tomada de decisão assertiva com relação ao uso do equipamento apropriado e da temperatura de armazenamento de cada material.Para reagentes e ensaios biológicos, o que se recomenda é que os profissionais da saúde sigam as orientações dos fabricantes, diferenciando o curto do longo prazo.Para amostras preciosas, vale pensar na estrutura molecular da amostra, além dos conservantes e das soluções pelos quais estão suspensos. O grau de integridade biológica necessário para os objetivos de análises ou pesquisas também é um fator decisivo.Na dúvida, consulte um especialista de armazenamento biológico para não errar.
Os cuidados para garantir a integridade das amostras biológicas
O Instituto Nacional da Saúde dos Estados Unidos diz que 70% das mais de 300 milhões de espécimes biológicas armazenadas a temperaturas abaixo de -80ºC são inutilizáveis. O motivo é a falta de rastreabilidade (registros) e as falhas no controle de temperatura durante o transporte dos materiais. Por isso, vale a pena se atentar a esses cuidados abaixo.A instalação física para o armazenamento
As instalações físicas para esse fim devem ser adequadas. Isto envolve a separação apropriada dos locais para a vacinação, para a coleta de exames, a recepção, o espaço de armazenamento, entre outros.A identificação do material biológico
O primeiro cuidado é identificar o material, especialmente considerando o transporte dele nas etapas seguintes. Nessa hora, erros poderiam provocar problemas na organização das amostras, inclusive, influenciando em falhas nas análises clínicas.A identificação do material biológico deve ser feita logo após a coleta. E as informações descritas nas etiquetas devem ser claras. Esse é um detalhe imprescindível para garantir a rastreabilidade do produto.Os recipientes do material biológico
O próximo detalhe é escolher os materiais mais apropriados para o armazenamento das amostras coletadas. O manuseio tem que ser feito com cuidado para evitar contaminações e a perda total do material.Embalagens, utensílios e equipamentos devem ser condizentes com o tipo de material e a forma de transporte dele.O armazenamento das amostras biológicas
É necessário que seja feito o uso de equipamentos de refrigeração exclusivos para o armazenamento dos materiais biológicos, que devem estar regularizados pela Anvisa. As tecnologias deles garantem a conservação eficaz dos produtos.O transporte das análises clínicas
O cálculo de tempo para deslocar as amostras clínicas biológicas e mais o de análise precisa estar correto para que os materiais não percam a qualidade. Em caso contrário, elas se tornarão descartáveis.Além desses pontos importantes, há outro artigo que menciona dicas para manter a qualidade dos exames laboratoriais, incluindo, a capacitação da equipe, a acreditação laboratorial, o investimento em tecnologias e a padronização de processos.Como deve ser transportado o material biológico?
O transporte de material biológico deve ser feito com base em um padrão de qualidade que foi criado pela Anvisa em 2014, através da RDC 20 e que agora foi atualizada para a RDC 420. Essa Resolução serve para garantir o armazenamento correto e o resultado seguro de análises clínicas.A RDC 20 cita os padrões sanitários para o manuseio do material de origem humana que deve ser feito pelas empresas responsáveis pelo transporte. As normas também mencionam outros envolvidos no processo.E faz isso trazendo obrigações e responsabilidades dos envolvidos, inclusive, com menções ao uso de embalagens apropriadas, acondicionamento de amostras e rotulagem dos materiais.Em um dos pontos destaca que é necessária a constante refrigeração para que a amostra fique conservada sem perder as características. Isso indica que é necessário fazer o uso de equipamentos que permitam o transporte seguro desses materiais sensíveis.As regulamentações para o transporte de materiais biológicos
Além da RDC 20, que menciona a embalagem, o acondicionamento, a rotulagem e as responsabilidades do transporte desses materiais; também existem as boas práticas que são estabelecidas pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). São elas:- Resolução 5232 de 2016
- Resolução 3655 de 2011
- Resolução 3762 de 2012
- RBAC 175
- IS 175-00A de 2004
- Regulamento ONU para embalagem e transporte
- Regulamento World Customs Organization
- Manual da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA)
- Resolução 2239 de 2011
- Código Marítimo Internacional de Mercadorias Perigosas (IMDG)
- Classificação e rotulagem da OMS
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