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Armazenamento de sangue coletado: você tem feito isso da forma correta?

17 de março de 2020
Armazenamento de sangue coletado: você tem feito isso da forma correta?

armazenamento de sangue coletado demanda procedimentos rigorosos para assegurar a qualidade do material e evitar alterações que possam comprometer os resultados da análise.

O principal ponto relacionado ao assunto é o armazenamento em ambiente de temperatura controlada, mas também há outras boas práticas que podem fazer a diferença na rotina de trabalho de negócios como clínicas e laboratórios. 

Portanto, confira a seguir quais são as boas práticas do setor e demais métodos necessários para lidar com este tipo de material. Além disso, veja neste conteúdo o que são os Procedimentos Operacionais Padrão e por que deve utilizá-los em sua clínica. Continue a leitura!

Entenda os cuidados relacionados ao armazenamento de sangue coletado

O armazenamento de sangue coletado exige diversos cuidados para manter a qualidade das amostras. Por isso, há uma série de boas práticas envolvendo o ciclo do sangue que devem ser seguidas por clínicas, outras empresas e instituições que lidam com este tipo de material.

A seguir, entenda o que é o ciclo do sangue e quais são as boas práticas relacionadas ao armazenamento de sangue!

O que é o ciclo do sangue?

A RDC nº34, resolução publicada pela Anvisa, dispõe sobre as boas práticas no ciclo do sangue.

O órgão define ciclo do sangue como o processo sistemático que abrange as atividades de captação e seleção do doador, triagem clínico-epidemiológica, coleta de sangue, triagem laboratorial das amostras de sangue, processamento, armazenamento, transporte e distribuição e procedimentos transfusionais e de hemovigilância.

Há ainda o ciclo produtivo do sangue, que envolve as etapas do ciclo do sangue correspondentes ao processo sistemático, destinado à produção de hemocomponentes, que abrange as atividades de captação e seleção do doador, triagem clínico-epidemiológica, coleta de sangue, triagem laboratorial das amostras de sangue, processamento, armazenamento, transporte e distribuição de sangue e componentes, compatibilizados ou não, de acordo com a legislação vigente.

Portanto, é importante que o material seja manuseado de maneira correta em todas as etapas envolvidas no processo de análise.

Boas práticas no armazenamento de sangue coletado

Boas práticas no armazenamento de sangue coletado

Você já viu em outros conteúdos do blog a importância de contar com equipamentos adequados para a refrigeração de materiais imunobiológicos. O equipamento precisa ser fechado, como uma câmara e seu uso deve ser exclusivo para o armazenamento de amostras de sangue.

Assim, é possível garantir temperatura contínua e uniforme para todo o material. Outros recursos fundamentais são o termômetro, sistema de monitoramento e registro das temperaturas e ainda alarmes sonoros e visuais que indiquem qualquer problema ou variação na temperatura da câmara.

Em relação às temperaturas ideais, a RDC nº34 define que “após a coleta, o sangue total deve ser estocado em temperatura entre 2°C e 6°C, exceto quando destinado à preparação de concentrado de plaquetas, devendo, neste caso, ser mantido entre 20°C e 24°C até o momento da separação das plaquetas, observado preferencialmente o tempo máximo de 8 (oito) horas, não excedendo 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do fim da coleta. ” 

Além disso, “o serviço deve estabelecer procedimentos para que o sangue total seja mantido e transportado da coleta até o processamento de forma a manter sua integridade, as características do produto e garantir a segurança das pessoas envolvidas.”

A mesma RDC ainda afirma que é preciso contar com infraestrutura adequada à conservação das unidades de hemocomponentes, conforme temperatura e prazo de validade, desde a sua obtenção até a transfusão.

Outros pontos importantes para um bom armazenamento

É essencial possuir um plano de contingência escrito e disponível para situações de interrupção da energia elétrica e eventuais problemas na cadeia de frio.

Além de todos os recursos e tecnologias necessárias, é fundamental que toda a equipe e qualquer colaborador que tenha contato com as amostras esteja devidamente preparado para lidar com o material.

A equipe precisa estar alinhada e conhecer todas as boas práticas definidas pela clínica para o transporte, manuseio e armazenamento de sangue coletado.

Pontos de atenção são os níveis de higiene, tanto pessoal como do ambiente, processos de sanitização, vestuário adequado para os colaboradores e equipamentos de proteção individual, dependendo da situação.

Todos os processos realizados devem estar integrados com a equipe e o tipo de equipamento utilizado na clínica.

Para isso, é indispensável definir os Procedimentos Operacionais Padrão, ou POP, que são basicamente protocolos que definem os processos realizados na clínica ou laboratório. Continue a leitura e entenda mais como isso pode ser definido!

Procedimentos Operacionais Padrão – POP

Os POP são protocolos utilizados para detalhar cada atividade realizada em uma clínica, laboratório e outros ambientes que devem seguir processos rigorosos.

Com eles é possível definir como ocorrerá cada operação, desde a coleta do sangue até os resultados. Incluem-se também aspectos como procedimentos técnicos, equipamentos, cuidados e condutas em situação de acidente.

Assim, torna-se mais fácil padronizar as atividades, o que além de garantir mais qualidade no serviço, também contribui para que diversas pessoas consigam executar de maneira igualitária certo procedimento.

No artigo Biossegurança em Laboratórios de Análises Clínicas, a autora Zochio defende que “esses protocolos devem estar escritos de forma clara e completa possibilitando a compreensão e adesão de todos. Além disso, eles devem ser realistas para que seus técnicos possam de fato, seguir o estabelecido.” 

Outras recomendações em relação aos POP são:

- Todos os colaboradores devem participar da elaboração dos POP;

- É necessário atualizá-los regularmente e apresentar as alterações a todos;

- Técnicos de laboratório e demais colaboradores que mantenham contato com o material biológico armazenado devem assinar um termo comprometendo-se a cumprir os POP;

- Os POP precisam estar disponíveis em locais de fácil acesso.

E então?

Como você viu, são vários os fatores que podem melhorar a qualidade do armazenamento das amostras. Cabe aos profissionais da área estarem cientes destes pontos e aplicarem em suas rotinas de trabalho.

O ciclo do sangue envolve desde a coleta até o resultado da análise. É importante destacar que todas as etapas devem estar em conformidade com as resoluções vigentes e garantir a integridade das amostras.

Compreendendo e dominando as boas práticas do armazenamento de sangue coletado, um método que pode contribuir muito para a padronização dos processos na clínica é a elaboração dos POP.

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