Como escolher minha câmara para transporte de vacinas?
Você sabe o que é necessário para realizar um transporte de vacinas seguro e de acordo com a legislação? Na hora de escolher um equipamento para o transporte, é preciso pensar em todos os requisitos da Anvisa e quais são os recursos que podem contribuir com isso. Para ajudar você a entender melhor como escolher uma boa câmara de conservação, apresentamos neste artigo as definições do Manual da Rede de Frio para a qualidade do transporte e normas que regulam esta atividade, bem como, seus principais requisitos. Além disso, você também verá 6 recursos que podem contribuir com o transporte e quais são os outros critérios a serem avaliados na sua escolha, como certificações e qualidade do fornecedor. Continue a leitura!
O transporte de vacinas na Rede de Frio
O transporte de vacinas exige o mesmo nível de cuidado do que o armazenamento em clínicas e laboratórios, por isso, contar com um equipamento adequado é indispensável na logística de termolábeis.Durante o transporte, a faixa de temperatura ideal para as vacinas continua entre +2°C a +8°C, além das doses congeladas que devem ser mantidas entre -20°C e -10°C. Considerando isso, o Manual da Rede de Frio reforça a importância de realizar o controle da temperatura e outros aspectos que possam comprometer as características de origem do produto:“Os produtos que exijam condições especiais de armazenamento e guarda, os veículos utilizados no seu transporte deverão ser dotados de equipamento que possibilite acondicionamento e conservação capazes de assegurar as condições de pureza, segurança e eficácia do produto.”O Manual ainda enfatiza que na cadeia de transporte a temperatura é monitorada através de dispositivos eletrônicos, como data loggers. São eles que permitem a verificação das temperaturas registradas durante todo o transporte, garantindo um monitoramento mais seguro.Quais são as normas que regulam este transporte?
Agora, falando mais especificamente em normas e requisitos legais, o órgão responsável por definir os critérios mínimos para o transporte de vacinas é a Anvisa. Entre as normas que envolvem o transporte de imunobiológicos, até março de 2021 existia a RDC 304, que abordava as boas práticas de distribuição, armazenagem e de transporte de medicamentos, e a RDC 360, uma atualização da norma anterior. Pensando em unificar estes requisitos, entrou em vigor a RDC 430, que busca aprimorar o que já era antes disposto na RDC 304 e na RDC 360. Você pode conferir tudo sobre essa mudança aqui. Além disso, também existe a RDC 197, que dispõe sobre os requisitos mínimos para o funcionamento dos serviços de vacinação humana, outra norma que aborda alguns aspectos do transporte de imunobiológicos. Portanto, ao escolher uma câmara para transporte, o ideal é analisar se o equipamento atende aos requisitos mínimos de qualidade e segurança dispostos na legislação. Isso porque, o não cumprimento acarretará punições e multas, além de prejudicar toda a cadeia logística das vacinas. Entre os pontos de destaque destas normas em relação ao transporte que você deve considerar na hora de escolher sua câmara estão:- O serviço de vacinação fica responsável por adotar todos os procedimentos necessários para manter a qualidade e integridade das vacinas quando transportadas;
- Durante o transporte deve-se realizar o monitoramento e registro das temperaturas mínima e máxima, contando com o uso de sistemas para o registro e controle;
- É necessário monitorar as condições de transporte relacionadas às especificações de temperatura, acondicionamento, armazenagem e umidade do medicamento utilizando instrumentos calibrados;
- Deve-se aplicar os sistemas passivos ou ativos de controle de temperatura e umidade necessários à manutenção das condições requeridas pelo registro sanitário ou outras especificações aplicáveis.
Problemas que ocorrem no transporte de termolábeis
Um bom exemplo prático de como a qualidade do transporte é fundamental para termolábeis ocorreu com um lote de vacinas contra a Covid-19 prontas para a aplicação, que estavam com termômetros marcando até 0.3°C. Estas vacinas, que devem ser mantidas entre entre +2°C e +8°C, foram armazenadas em caixas térmicas, com gelo seco, solução que não mantém a temperatura igual em todo o interior e pode ocasionar o congelamento nas doses que estão em contato com as laterais da caixa.Outro exemplo é o caso dos testes de Covid-19. A notícia, de abril de 2020, mostra que parte dos testes foram descartados devido a erros no armazenamento e transporte de amostras, impossibilitando a aplicação.Na matéria ocorre a declaração de que os testes ficaram por longos períodos dentro das viaturas, expostos ao sol e armazenados em equipamentos que possuem um limite de tempo para manter as amostras.Isso mostra que é preciso estar atento e preparado para os imprevistos do transporte. Se o carro passa muito tempo parado no sol, em um equipamento que não mantém a temperatura uniforme em todo o interior, não será capaz de manter as amostras em segurança por muito tempo.Além disso, mesmo em movimento, um carro não tem o mesmo ambiente de um laboratório ou clínica, e portanto, está expondo as vacinas e outros materiais a condições diversas. O transporte de vacinas exige um equipamento com mais resistência, projetado especialmente para o uso veicular.Podemos ver nas imagens abaixo a diferença de eficiência do resfriamento entre uma caixa térmica com gelo seco e uma câmara fria Elber Medical, desenvolvida exclusivamente para o armazenamento de vacinas:Caixa térmica com gelo reciclável/gelox
Câmara conservadora Elber Medical com ventilação homogênea
Portanto, manter o armazenamento em uma boa câmara de conservação com todos os recursos necessários para garantir a segurança das vacinas é essencial.6 recursos que contribuem para o transporte das vacinas
Pensando nas necessidades de quem transporta materiais termolábeis, reunimos a seguir 6 recursos de uma boa câmara de transporte de vacinas que ajudam a manter a segurança e eficácia dos materiais. Destacamos que nem todos estes recursos são definidos como obrigatórios pela Anvisa, mas eles tornam uma operação de transporte ainda mais segura, eficiente e livre de riscos.1 Controle uniforme da temperatura
Um sistema de circulação interna contribui para manter a homogeneização da temperatura em todo o interior do gabinete, evitando variações, diferente do que acontece com uma solução com gelo ou gelox, que mantém a temperatura mais baixa nas laterais e mais alta no centro.2 Registro de dados de todo o período de conservação
Normas como a RDC 197 definem a necessidade de contar com um registro das temperaturas ao longo de todo o transporte. Este recurso ajuda o transportador a manter um histórico com informações corretas que possam ser consultadas quando necessário. O painel com os registros pode, inclusive, ser instalado no painel do carro.3 Sistema de alarmes
Contar com um sistema de alarmes, que podem ser sonoros, visuais e por escrito, faz com que qualquer problema na temperatura seja identificado imediatamente, e assim corrigido com maior rapidez, evitando danos às vacinas. Ainda, existe a possibilidade de contar com uma discadora, realizando chamadas telefônicas com alerta sonoro para até 9 números de telefone ou celular registrados em caso de problema.4 Data logger
O data logger é um software de registro de dados por intervalos de tempo pré-determinados,que realiza a emissão de relatórios e gráficos de performance criptografados por saída USB no equipamento.5 Monitoramento remoto
Já o acompanhamento remoto permite que você acompanhe de qualquer lugar e a qualquer momento, através de um computador ou dispositivo móvel, todas as informações geradas pelo equipamento. Com isso, você ficará sabendo se a câmara fria atingiu um nível crítico de temperatura ou ocorreu outro evento, como a abertura da porta, por exemplo.6 Sistema de emergência
Por fim, um sistema de emergência integrado à câmara para transporte proporciona um tempo determinado de autonomia para o equipamento. A câmara pode ser ligada direto na bateria do veículo, o que garante o funcionamento mesmo com o carro desligado, ou ainda, contar com um sistema de energia para continuar em funcionamento em caso de falhas.O que considerar na hora de escolher sua câmara para transporte de vacinas?
Agora, com as informações que reunimos até aqui, você pode avaliar de maneira mais crítica o equipamento que deseja adquirir. Considere todos os requisitos e recursos apresentados. Alguns, mesmo que não obrigatórios, irão manter seu transporte muito mais seguro. Ainda, avaliar o fornecedor também é interessante. Analise se o fabricante é realmente um especialista na produção de equipamentos para conservação de vacinas e em câmaras para transporte, e se conta com diferenciais como:- Experiência de mercado;
- Equipamentos com registro na Anvisa;
- Certificações de qualidade como a ISO 13485 e ISO 900;.
- Um bom custo-benefício;
- Suporte técnico qualificado.