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Conheça os tipos de vacinas e suas diferenças

18 de outubro de 2023
Conheça os tipos de vacinas e suas diferenças

Elas são fundamentais para o combate a doenças, inclusive, responsáveis por erradicar epidemias. Ao longo da história da medicina, os vários tipos de vacinas foram essenciais na redução da incidência de poliomelite, sarampo e tétano, por exemplo.

Para a saúde pública, é o tratamento com o melhor custo-benefício, sendo parte do calendário oficial dos governos. Mas, muitas provocações têm sido feitas com relação às substâncias e reações adversas que esses imunizantes podem causar.

O problema disso é que, conforme informações da UNICEF (United Nations Children’s Fund), 1,6 milhão de crianças não receberam nenhuma vacina DTP entre 2019 e 2021. O número é um indicativo do maior retrocesso contínuo da imunização infantil em 30 anos.

Outro dado é sobre a cobertura de vacinas da poliomielite, que já chegou a 95%. Agora, somente 60% das crianças estão vacinadas. Para Nísia Trindade, ministra da Saúde no Brasil, é preciso combater as fake news relacionadas a essa proteção.

Instituto Oswaldo Cruz tem uma pesquisa apontando as mortes que poderiam ser evitadas com a imunização. “Muitas pessoas não têm comparecido aos postos de saúde. [...] A gripe levou a óbito mais de 1.700 brasileiros nos primeiros dois meses de 2022”.

Da história aos tipos de vacinas

Da história aos tipos de vacinas

Antes de mencionar os tipos de vacinas que existem, vamos entender o conceito e a história. 

As vacinas são substâncias biológicas. No organismo humano, protegem de doenças “ensinando” o sistema imunológico a reconhecer e combater vírus e bactérias.

A ação é possível porque uma vacina é composta por agentes semelhantes aos microrganismos causadores das doenças. Também podem conter toxinas e componentes dos agentes agressores.

Ao estimular o corpo, a vacina faz com o que o nosso organismo produza anticorpos, evitando que as doenças se desenvolvam. 

Conforme estudos históricos, os primeiros sinais de vacinas, considerando a introdução de vírus no corpo das pessoas, surgiram no combate à varíola, no século X. Isso foi na China. Porém, o processo era bem rudimentar e totalmente diferente do que temos hoje.

No ano de 1978, o termo ganhou significado. Foi resultado de uma experiência de Edward Jenner. Ele ouviu que trabalhadores da zona rural não pegavam varíola porque já tinham tido a varíola bovina. Assim, fez um experimento e viu que havia ciência ali.

A palavra vacina deriva de Variolae vaccinae, nome científico da varíola bovina. Mais tarde, em 1881, Louis Pasteur deu início a segunda geração de vacinas, agora para a cólera aviária e o carbúnculo. A partir disso, elas começaram a ser produzidas em massa.

No Brasil, os mais diferentes tipos de vacinas combatem mais de 20 doenças em diversas faixas etárias. Há campanhas para grupos especiais, também. Os imunizantes são oferecidos pela rede pública e particular, podendo até ser aplicados em casa.

Visto isso, vamos conhecer os principais tipos que existem. 

Quais os principais tipos de vacinas?

Com a última pandemia, da Covid-19, novos tipos de vacinas foram criados. E, como vimos anteriormente, a história desses imunizantes é muito interessante. Neste tópico, separamos as vacinas em tipos e, para tal, usamos a categorização do Health and Human Services.

Vacinas de microrganismos atenuados

É um tipo de vacina feita com microrganismo enfraquecido em laboratórios. Por isso, são chamadas de vacinas vivas. O vírus passa por mutações até ficar fraco a ponto de não causar a doença.

Ainda assim, mesmo não desenvolvendo a doença, pode fazer com que o corpo desenvolva a imunidade no combate contra as ações. 

Hoje, esse é um tipo de vacina com contraindicações para grávidas e imunodeprimidos.

As principais vacinas com microrganismos atenuados são: 

  • BCG;
  • Febre-amarela;
  • Tríplice viral;
  • Catapora;
  • Rotavírus;
  • Varíola;
  • Vacina para herpes zoster;
  • Nova vacina contra herpes.

Vacinas de microrganismos inativados ou mortos

Na vacina inativada, usa-se bactérias ou vírus mortos. Para ficarem inativos, passam por processos químicos ou de calor em laboratório. Quando em contato, o nosso corpo entende que precisa de proteção e desenvolve anticorpos.

É diferente do vírus atenuado, que vimos acima. Isso porque, nesse tipo, a vacina “engana” o organismo que desenvolve os anticorpos sem desenvolver a doença. 

Apesar de serem seguras, podem perder a eficácia com o tempo. Por isso, existem as doses de reforços.

Entre as vacinas desse tipo, temos: 

  • Hepatite A;
  • Gripe;
  • Poliomielite;
  • Raiva;
  • Haemophilus influenzae;
  • Febre tifoide.

Vacinas à base de RNA

Outra vacina é à base de RNA, mensageiro das células. O RNA é responsável por carregar informações para a síntese proteica. Então, quando a vacina é aplicada, introduz nas células a sequência de RNA com fórmula para produzir proteínas que imunizam agentes.

Resumidamente, é como se a vacina “ensinasse” as células a desenvolverem a proteína exata que faz o corpo criar anticorpos. Assim, o corpo se protege. 

Uma grande vantagem é que esse tipo de vacina é uma resposta rápida para surtos e epidemias.

Um ótimo exemplo de vacina à base de RNA é a da Pfizer, contra a Covid-19.

Vacinas de vetores virais

A vacina do vetor viral é feita com genes dos vírus que não conseguem ser replicados no organismo. Então, o vírus é modificado e funciona como um alerta para que o sistema imunológico fique atento contra invasores.

Tem uma ação muito parecida com a que vimos acima, de RNA. Além disso, é uma tecnologia bem mais nova, que foi desenvolvida a partir da necessidade de combater a Covid-19 nos últimos anos.

Temos as da Astrazeneca e Janssen como exemplos de vacinas de vetores virais.

Vacinas toxoides

Outro tipo de vacina que existe é a toxoide. Neste caso, utilizam-se nocivos produzidos pelo microrganismo que causa a doença. São essas substâncias que criam a imunidade e se tornam soluções, ao invés de usar os próprios microrganismos.

Por isso, a resposta da vacina será direcionada à toxina e não ao microrganismo. O que ajuda a entender que podem necessitar de doses de reforço para uma proteção contínua.

Há dois ótimos resultados dessas pesquisas, as vacinas de difteria e tétano.

Vacinas de componentes

Nos Estados Unidos, são conhecidas como vacinas de subunidade, recombinantes, polissacarídicas e conjugadas. Elas usam partes específicas dos microrganismos, como proteína, açúcar ou capsídeo para criar a imunidade.

Conforme resultados, podem ter resultados extremamente fortes. Especialmente porque podem ser usados em quase todas as pessoas — até mesmo quem tem sistema imunológico enfraquecido ou outros problemas de saúde.

As vacinas desse tipo são: 

  • Hepatite B;
  • HPV;
  • Tosse convulsa;
  • Doença pneumocócica;
  • Doença meningocócica;
  • Cobreiro.

Como armazenar as vacinas?

Como armazenar as vacinas

Um ponto que não pode ser deixado de lado tem a ver com o armazenamento e o transporte das vacinas. O motivo é simples: sem esse cuidado, os riscos são grandes; afetando não apenas as farmácias e postos de saúde, como também a saúde pública.

As recomendações estão no Programa Nacional de Imunizações, o PNI. O documento menciona informações como a temperatura, que precisa ser homogênea e controlada o tempo todo, respeitando as características de cada tipo de vacina.

Para isso acontecer, é indicado o uso de geladeiras para vacinas, diferentes das geladeiras domésticas. Isso porque esse tipo de equipamento mantém a temperatura em funcionamento entre +2ºC e +8ºC em todo ambiente interno, preservando as vacinas.

Além da faixa de temperatura, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), recomenda que o equipamento tenha capacidade para, pelo menos, um mês de armazenamento. E é necessário monitorar a temperatura com o registro de dados.

Temos um conteúdo que explica tudo sobre a geladeira para vacinas, leia.

Os tipos de vacinas, como são feitas e muito mais

Os diferentes tipos de vacinas podem ser feitos com vírus vivo, enfraquecidos, inativados ou novas tecnologias, como RNA e vetores virais. Todas passam por rigorosos processos e testes em agências reguladoras, como o NCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde).

No Brasil, a decisão sobre quais vacinas serão produzidas é feita em planejamento anual da Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações. Para tanto, avalia-se a incidência de doenças, agentes envolvidos e a capacidade de produção dos laboratórios.

Inclusive, o próprio Health and Human Services diz que quando os cientistas vão criar novas vacinas, consideram os pontos necessários. Como: sistema imunológico responde, quem precisa ser vacinado e a melhor tecnologia ou abordagem.

A partir disso, avaliando cada um dos fatores acima, decidem qual será o melhor tipo de vacina a ser criado. Por isso, é tão importante categorizar as opções: inativas, vivas, RNA, subunidade, vetores virais e toxóides.

Se você gostou desse conteúdo com interesse em saber mais sobre o tema, visite a categoria de vacinas no nosso blog, aqui.

Confira também: Vacinas para pets | Armazenamento de vacinas

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