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Saiba como funciona a cadeia de frio para vacinas

18 de julho de 2023
Saiba como funciona a cadeia de frio para vacinas

As vacinas possuem ativos biológicos que exigem o controle de temperatura. Por isso, elas estão entre os termolábeis, o que quer dizer que não podem sofrer alterações durante toda a cadeia de frio. No contrário, as substâncias podem ser inativadas e perderem o efeito. Os órgãos de saúde afirmam que uma boa parte das vacinas que são fabricadas acabam sendo desperdiçadas por falhas provenientes do armazenamento ou do transporte desses produtos. Para clínicas de vacinação, esse é um erro que pode custar muito caro. Por isso, a leitura desse conteúdo é tão importante. A partir dos próximos tópicos, você que atua na área da saúde vai entender como é que funciona essa cadeia a partir dos seus pontos principais, como o armazenamento e o transporte. Boa leitura!

O que é a cadeia de frio

Esse lugar é muito comum na área da saúde, já que preserva os medicamentos; além do setor de alimentos, que também exige esse cuidado. A cadeia do frio ou cadeia fria envolve toda a logística de medicamentos e vacinas para que os produtos estejam em lugares com temperatura controlada - desde a fábrica até o destino final. A importância de entender esse assunto parte de vários pontos. A OMS (Organização Mundial da Saúde) diz que 50% das vacinas distribuídas no mundo chegam em seus destinos deteriorados, ou seja, inúteis para o uso. Outros dados, agora da IATA (International Air Transport Association) são relevantes:
  • 30% dos produtos farmacêuticos não podem ser usados por problemas de logística
  • 20% dos produtos sensíveis as temperaturas são danificadas na cadeia de frio
O assunto se tornou mais conhecido depois que foram publicadas várias matérias mencionando que as vacinas para Covid-19 aprovadas necessitam ser conservadas em temperatura correta. Além das vacinas, outros termolábeis que exigem esse protocolo são: alguns tipos de medicamentos, o leite materno, os órgãos doados para transplante e os hemoderivados.

O Programa Nacional de Imunizações (PNI)

Para normatizar a iniciativa pública, o PNI foi criado. Ele promove todos os cuidados que vão garantir a qualidade dos imunobiológicos oferecidos à população. O melhor exemplo vem das publicações do Ministério da Saúde, como os Manuais da Rede de Frio. Entenda a importância do Manual de Rede de Frio para vacinas aqui. Nesse documento, o órgão traz as boas práticas para o manuseio, transporte e armazenamento. Mão segurando um frasco de composto de vacina E existem outras publicações importantes, como a RDC 430/2020. RDC é a Resolução da Diretoria Colegiada. Nesse caso, a resolução padroniza a qualidade da logística e do transporte de medicamentos. O PNI atua em diferentes setores da saúde. E é interessante entender isso porque demonstra porque cada um deles possui procedimentos diferentes de acordo com as suas necessidades.

Hospitais

Em hospitais, os insumos são muito variáveis, especialmente os que possuem essa exigência do controle de temperatura. Os medicamentos, hemocomponentes, hemoderivados e o leite materno são alguns deles. Por isso, nesse lugar devem existir vários locais de armazenagem.

Bancos de sangue

Esses são lugares que fazem a coleta e a armazenagem dos hemocomponentes e dos hemoderivados. Depois, eles são encaminhados para outros estabelecimentos, como hospitais. Então, aqui, a cadeia do frio está reservada para conservar bolsas de sangue e componentes.

Farmácias

As farmácias precisam se atentar aos medicamentos termolábeis, que possuem controle específico conforme o fabricante. E mantê-los em ambiente com temperaturas corretas até o uso é o desafio para os gestores.

Clínicas de vacinação

Os serviços de vacinação cresceram muito nos últimos anos, devido à opção de vacinas particulares. O fato é que esse ambiente precisa estar totalmente condicionado à cadeia de frio porque essas doses necessitam de conservação térmica.

Laboratórios

Um laboratório de análise também lida diariamente com os produtos termolábeis. E isso exige o controle da temperatura de forma rigorosa e padronizada. O objetivo é preservar todas as propriedades dos produtos.

Fabricantes de medicamentos

Como a cadeia do frio leva em conta todo o processo, desde a saída da fábrica até o destino final, os fabricantes devem ter o cuidado com a temperatura. Aliás, é a primeira empresa a ter que seguir os modelo que vai garantir a qualidade do medicamento ou imunizante. 

Distribuidores de medicamentos

Para os distribuidores, o grande desafio está em criar um planejamento de estocagem e distribuição. Para isso, o uso de equipamentos corretos e métodos específicos se faz presente. 

Como funciona a cadeia de frio para vacinas

Seja no setor público ou privado, atualmente são várias as iniciativas indispensáveis para se ter uma cadeia de frio para vacinas e medicamentos eficiente. Veja algumas!

O armazenamento das vacinas

A primeira dica, o que todo mundo sabe, é: só se deve aplicar vacinas que estão dentro das normatizações adequadas. Por isso, saber como armazenar os medicamentos termolábeis é tão importante para dar o primeiro passo. Inclusive, aqui no blog explicamos porque isso NÃO deve acontecer em geladeiras comuns, o que ainda acontece em alguns lugares, podendo causar muitos prejuízos para as clínicas e para a saúde dos pacientes. Um detalhe interessante a ser levado em consideração tem a ver com a possibilidade de se fazer o monitoramento online de termolábeis. Essa ação traz muitas vantagens, desde a agilidade em resolver falhas até a garantia de que as vacinas mantêm suas características.

Os equipamentos para conservação

Em um segundo momento, ao saber que armazenar as vacinas exige atenção, a próxima questão é: como fazer isso? Usando os equipamentos corretos e autorizados. A partir das normas técnicas e legislação que existem, todo gestor fica sabendo o que é preciso ter nas salas de vacinação. Acima, vimos que o uso da tecnologia é uma aliada. Por isso, temos duas recomendações de leitura na hora de comprar esses equipamentos: Esse tipo de produto terá papel importante na hora de manter a qualidade das vacinas. Evitando, assim, a degradação da fórmula, a perda da potência, o desperdício do produto, a prevenção a perda de dinheiro das empresas, entre outras vantagens.

O transporte das vacinas

Mais uma iniciativa para o bom funcionamento da cadeia de frio para vacinas vem do transporte relacionado a esses produtos. O percurso que vai entre as unidades, das fábricas até as clínicas e também o que é focado no atendimento domiciliar. Já explicamos a diferença entre usar uma câmara de conservação e uma caixa térmica, por exemplo. E trouxemos dicas valiosas sobre o transporte de amostras de sangue, que deve acontecer com base em portarias da Anvisa. Para quem não se lembra, em várias regiões do país se tornou obrigatória a vacinação domiciliar para pessoas com deficiência, como acontece em Santa Catarina. E as vantagens desse tipo de atividade são tantas que hoje em dia a vacinação home care, como também é chamada, se tornou uma ideia de negócio para muitos empreendedores da saúde. Só que aí entra a importância de ter uma câmara para transportar vacinas. Isso porque já comentamos antes que o uso da caixa térmica para essa ação ainda é muito comum no nosso país, porém, não é a mais recomendada. O motivo é que ela pode trazer riscos para o material armazenado, justamente por conta das falhas na temperatura.

Bônus: como ter uma clínica dentro da lei e produtiva?

Após a leitura, quem faz a gestão de uma clínica de vacinas ou outros ambientes que possuem sala de vacinação pode se perguntar: tem como estar dentro das normas e ainda manter a competitividade do negócio? Tem sim. Até mesmo porque o investimento em tecnologia é uma via de mão dupla, que traz os dois benefícios: da legislação e da garantia de sucesso das aplicações. Para uma boa estruturação de processos, existem dicas que podem ajudar você nessa missão. Leia aqui. Confira também: Temperatura vacina

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