A importância da pesquisa clínica para a oncologia
O Centro Multidisciplinar de Estudos Clínicos (CEMED) diz que a oncologia lidera o ranking de pesquisa clínica no mundo. A explicação vem da urgência de novas terapias e medicamentos para a doença. A partir do acesso a novas terapias para tratar o câncer, os pacientes têm uma alternativa aos métodos convencionais, os quais não apresentaram avanço. No entanto, para iniciar uma pesquisa clínica é preciso garantir os direitos, a integridade e a confidencialidade dos participantes. Continue lendo para entender tudo isso!
O que é a pesquisa clínica?
A pesquisa clínica busca novas soluções para a saúde humana. Faz isso por meio de exames, tecnologias, substâncias e o que mais permitir os tratamentos alternativos. Geralmente, as teorias resultam nas intervenções médicas e nos testes.Assim, pessoas se voluntariam para testar novos medicamentos, células, procedimentos, dispositivos; do mesmo modo, tratamentos comportamentais e cuidados preventivos. Ou seja, tem o objetivo de verificar a segurança e/ou eficácia das soluções recém-criadas.Apesar de serem conceitos diferentes, pesquisa clínica, ensaio clínico e estudo científico acabam se resumindo a essa mesma explicação, acima. E tudo é resultado de um processo que acontece em laboratórios, com aparatos tecnológicos e cientistas-investigadores.Por meio desses estudos, vem as descobertas de novas e melhores formas de prevenir, detectar, diagnosticar, controlar e tratar doenças. Inclusive, os tratamentos atuais passaram por esse processo, sendo aprovados e, agora, comercializados.A pesquisa clínica é antiga, só que não era legalizada ou regulamentada. Durante a Segunda Guerra Mundial, médicos realizaram testes desumanos em prisioneiros e muitos morreram ou tiveram danos irreparáveis.Hoje, há regulamentações de proteção aos pacientes, assim como para a conservação correta dos medicamentos.O primeiro passo para isso foi a criação do Código de Nuremberg em 1947, um tipo de concepção ética. Ele trouxe o consentimento dos voluntários nos projetos. Depois, a Declaração de Helsinque, que obriga que todo protocolo seja aprovado no Comitê de Ética.No Brasil, o Conselho Nacional de Saúde tem normas desde 1988. Em 1996, aprovou diretrizes para a pesquisa em humanos. Tem princípios básicos para os protocolos: Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) e a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).
Como acontece a pesquisa clínica?
O primeiro estágio é a pesquisa básica. Neste momento, os pesquisadores buscam identificar compostos e moléculas para o tratamento de uma doença. Parte do estudo é feito em universidades, instituições e fundações de pesquisa.Na sequência, vem os estudos clínicos. Os compostos que se mostraram mais ativos continuam a ser pesquisados. Entre os testes que acontecem aqui, temos o in vitro e em animais (in vivo), o que vai depender das normas éticas e parâmetros.O último estágio é a pesquisa clínica, propriamente dita. É o estágio final e mais demorado. Por isso, exige mais investimentos. Nele, é testada a eficácia e segurança em seres humanos, como vimos no tópico acima, para que se crie um tratamento inovador.Os participantes das pesquisas clínicas devem avaliar os riscos e benefícios dos testes. Especialmente, com relação ao estado geral de saúde, condição física e tipo de tratamento. Se concordarem, eles assinam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).No Brasil, esse tipo de pesquisa é realizado por oncologistas, que devem estar acompanhados de outros profissionais da saúde (enfermeiros e farmacêuticos) em clínicas ou instituições hospitalares. O local onde os protocolos acontecem é o Centro de Pesquisa.Entre as atividades que o voluntário vai participar, podem estar: coletas de sangue, exames de imagem, consultas médicas, preenchimento de formulários e os tratamentos previstos no protocolo, como as medicações.Saiba como armazenar medicamentos quimioterápicos corretamente
Qual a importância da pesquisa clínica para oncológicos?
É difícil mensurar a importância da pesquisa clínica para a sociedade. Mas, as respostas passam pelo objetivo de “encontrar novos tratamentos para doenças”. Logo, é assertivo dizer que a iniciativa busca a qualidade de vida e bem-estar das pessoas.A exemplo disso, temos a AIDS, a Hepatite C e até mesmo alguns cânceres; que eram enfermidades devastadoras. Agora, estão entrando no quadro de “possibilidade de cura”.Para se ter ideia, 50% dos pacientes tratados em países desenvolvidos são curados, conforme o Oncoguia.Um ótimo exemplo vem da quimioterapia. Os cientistas descobriram tratamentos quimioterápicos mais direcionados e efetivos, além de terem menos efeitos colaterais. O resultado é a cura ou aumento da qualidade de vida de milhares de pacientes oncológicos.Além disso, avaliando o histórico, também é possível notar que esses ensaios foram importantes na mudança do perfil da população. Por exemplo, na década de 1950, a expectativa de vida do ser humano era de 46 anos, na média, devido às doenças infecciosas.Se viver mais e melhor é uma consequência, podemos ver uma conexão, direta ou indireta, com as transformações industriais e no mercado de trabalho. Afinal, as pessoas podem pensar em planos no longo prazo, tanto no pessoal quanto no profissional.Resumidamente, a importância desses estudos está em devolver ou garantir qualidade de vida às pessoas. E a boa notícia é que o Brasil tem qualidades suficientes para se tornar um dos líderes mundiais em pesquisa clínica, como acredita a entidade setorial Interfarma:“A pesquisa clínica é fundamental para o desenvolvimento de tratamentos inovadores e cada vez mais personalizados, conforme as necessidades individuais de cada paciente”.
Bom para o desenvolvimento dos sistemas de saúde
A própria entidade setorial menciona outro dos benefícios do investimento na área: “A condução da pesquisa clínica é um processo complexo que envolve agentes, pesquisadores, reguladores, comitês de ética, participantes e patrocinadores”.De tal maneira, através desse ecossistema, aparecem as oportunidades em infraestrutura no sistema de saúde, assim como processos para tratamentos mais éticos e recursos humanos mais capacitados. Globalmente, a Interfarma diz que o investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) foi estimado em US$186 bilhões em 2019 e projetado em US$200 bilhões a partir de 2022, chegando a US$233 bilhões em 2026.IA para detectar câncer: saiba como funciona essa tecnologia