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IA para detectar câncer: saiba como funciona essa tecnologia

18 de setembro de 2023
IA para detectar câncer: saiba como funciona essa tecnologia

A Federação Brasileira das Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) diz que uma pessoa diagnosticada precocemente tem chance de cura que chegam a 95%. O que ajuda a entender os motivos e incentivos no uso da IA para detectar câncer. IA é a sigla para Inteligência Artificial e o conceito vamos detalhar no tópico a seguir. O fato é que estamos diante de recursos tecnológicos que permitem diagnósticos mais precoces, tratamentos mais precisos e, tão logo, mais chances de sucesso contra a doença. O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) tem uma cartilha sobre o assunto. Nela, diz que “com o diagnóstico precoce, o câncer pode ser detectado em um estágio potencialmente curável, melhorando a sobrevivência e a qualidade de vida”. A partir de agora, entenda como a IA auxilia nos diagnósticos, tratamentos e até mesmo na prevenção dos vários tipos de câncer.   

O uso da IA para detectar câncer

A IA é uma subárea da Ciência da Computação. Apesar de não haver um consenso na  definição, o que se sabe é que cria sistemas que reproduzem e potencializam o raciocínio humano em várias tarefas. Atualmente, a IA para detectar câncer é uma realidade. Isso porque permite analisar grande volume de dados (big data) em pouco tempo. Para isso, faz o uso de tais recursos que mencionamos acima, chamados muitas vezes de softwares ou algoritmos. Na saúde, esse processamento rápido é muito valioso. Inclusive, há pesquisas que comprovam a importância do uso da tecnologia para o diagnóstico de doenças. O INCA publicou um artigo, “Inteligência Artificial & Saúde”, em que menciona uma ideia do que podemos esperar da IA na medicina para os próximos anos: “[...] demonstram excelentes algoritmos que estão no mesmo nível de acerto dos médicos no diagnóstico de doenças específicas com base em imagens. Pneumonia por meio de radiografias de tórax e câncer de pele por meio de fotos”. O mesmo documento diz que ainda que essa seja uma ciência nova no campo da saúde, já tem sido usada para mapear várias doenças. Como, por exemplo, em análise de materiais genéticos de tumores e diagnóstico de lesões. Assim, revela-se, também, a IA para detectar câncer. A mesma opinião é compartilhada por Jacob Scharcanski, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “A IA pode alavancar a compilação de informações, acelerando a descoberta precoce do câncer e ajudando o paciente a ter um prognóstico mais positivo”. Aprenda como conservar medicamentos oncológicos: acesse e baixe o e-book da Elber Medical!  

As tecnologias para diagnosticar o câncer

Com a introdução acima, vimos que o uso da IA para detectar câncer é possível. Mas, já pensou em como os softwares e estudos têm sido aplicados no dia a dia de clínicas e hospitais? A partir do tópico abaixo, vamos contar algumas das experiências mais atuais.  

Projeto SmartAmor, em Barretos (SP)

Ainda que seja um dos exemplos mais antigos que temos aqui, considere a importância de entendê-lo para notar que para cada novo projeto exige planejamento. Em 2020, o Hospital de Câncer de Barretos recebeu o repasse de R$ 27,8 milhões do Ministério da Saúde. A ideia era a de que em 3 anos fosse possível concretizar a “iniciativa do uso da Inteligência Artificial para acelerar a detecção precoce do câncer por meio da integração de dados médicos, imagens e pesquisas ômicas, entre outras”. Separados por fases, os recursos foram usados inicialmente na montagem de uma infraestrutura com hardwares e equipamentos apropriados. Esse foi um projeto-piloto no país e contou com conceitos de 4.0, como digitalização, interconectividade e IA.  

Aplicativo da UFRGS, no Rio Grande do Sul (RS)

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em parceria com o Instituto de Engenheiros e Eletricistas (IEEE), criou um aplicativo para agilizar o diagnóstico de câncer de pele. Algo que foi revolucionário no nosso país. Mas, como o programa funciona? “[...] A partir de alguns algoritmos de IA, treinados para analisar imagens, assim como um dermatologista faria”, explicou o professor já mencionado neste conteúdo, Jacob Scharcanski. Para tornar a ideia possível, os desenvolvedores usaram imagens de 1.000 voluntários. Assim, nasceu um protótipo. Para Jacob, a criação não apenas salvará vidas como vai reduzir os custos nos tratamentos, especialmente, no SUS (Sistema Único de Saúde).  

IA na Beneficência Portuguesa, em São Paulo (SP)

A Beneficência Portuguesa de São Paulo (BP-SP) foi eleita uma das principais instituições do setor de oncologia pela Newsweek. No início deste ano, divulgou o uso de uma IA para detectar câncer de mama. A nova tecnologia tem assinatura da coreana Lunit. O que chamou a atenção foi a taxa de precisão de diagnóstico de 97%. Ou seja, trouxe mais agilidade e assertividade no tratamento. A inovação tem mais um diferencial: “marca” o lugar exato do tumor identificado, facilitando a análise do médico especialista. Para chegar nesse resultado tão preciso, o algoritmo passou por um treinamento em alta escala com 200.000 imagens de resultados clínicos de biópsias. A BP diz que esse é um investimento importante em um momento de alta na procura por exames de rastreamento.  

IA identifica sinais de câncer pelo sangue, em Belo Horizonte (MG)

Através de exames de sangue de rotina, é possível identificar sinais do câncer de mama. Foi o que a Daniella Castro e outros pesquisadores da pós-graduação de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) descobriram. Por meio de uma ferramenta de IA, eles usam analitos (um componente disponível na amostragem de sangue) para permitir o diagnóstico de doenças. Entre elas, câncer, Alzheimer e Covid-19. A inovação foi patenteada pela Huna. Aplicamos a IA para interpretar os exames de sangue rotineiros. A complexidade das interações entre nossos marcadores sanguíneos impede uma análise linear simples para doenças complexas, como o câncer de mama. Por isso, a IA foi necessária”, disse Daniella. A ferramenta está em fase de testes e o próximo passo é fazer parcerias com instituições de saúde, públicas e privadas, para avançar na pesquisa. “Queremos que essa nova tecnologia chegue logo aos usuários do SUS”, completou. IA também auxilia na prevenção do câncer  

IA também auxilia na prevenção do câncer

Em um conteúdo da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), falou-se que o uso da IA vai além da detecção do câncer em suas várias fases. O que se descobriu em estudos feitos em Massachusetts, é que as novas tecnologias são agentes preventivos da doença. Isso porque, ainda que a American Cancer Society recomende uma triagem anual a partir dos 45 anos para as mulheres, é possível personalizar esse procedimento com base no risco. Por exemplo, indicando a periodicidade e a frequência.  Um médico pode recomendar a mamografia a cada dois anos para um grupo ou indicar ressonâncias magnéticas suplementares para outro”, disse Regina Barzilay, responsável por um dos estudos e professora da Delta Electronis e MIT. O estudo dela permitiu a criação de um novo modelo de aprendizagem que pode prever se uma paciente vai ter câncer de mama nos próximos 5 anos. Essa tecnologia teve precisão de 31% frente aos 18% dos métodos tradicionais, como está no site da SBM. Neste caso, além do objetivo de antecipar o diagnóstico e permitir um tratamento com maiores chances de sucesso, a IA atua na prevenção de quem pode desenvolver o câncer. E não apenas o câncer, mas também outras doenças. Podemos salvar vidas e pegar o câncer antes que os sintomas surjam”, diz Adam Yala, estudante de doutorado que iniciou a pesquisa com a professora Barzilay. Se você gostou desse conteúdo e quer continuar bem-informado, assine nossa newsletter gratuitamente e receba periodicamente notícias no seu e-mail.  Quer receber as novidades da Elber Medical? Então acesse e cadastre-se na Newsletter!

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