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O que é Open Health e quais são os benefícios

15 de fevereiro de 2023
O que é Open Health e quais são os benefícios

A pandemia da Covid-19 trouxe uma situação incomum no mundo todo. Para a área da saúde, isso significou mudanças e a exigência de se adaptar e criar soluções rápidas. Neste conteúdo, entenda o que é Open Health e como ela vai atuar na melhor experiência do paciente.Até mesmo porque não existe, ainda, uma ideia tão inovadora em sistemas de saúde em qualquer lugar do mundo. Na verdade, países como Estados Unidos, Espanha e México possuem iniciativas parecidas, mas que ainda não estão em total operação.

O que é Open Health

O conceito de Open Health segue a tendência do que já existe no mercado. Por exemplo, Open Banking e Open Insurance. Na prática, trata-se do compartilhamento de dados entre empresas de um mesmo setor ou mercado, como bancos e seguros.Assim, com o devido consentimento, todas as instituições de saúde poderão criar soluções mais focadas para os seus pacientes, entre serviços e produtos. O “open” tem a ver com APIs, que são tecnologias que trazem benefícios para os usuários.API é Application Programming Interface. A tecnologia vai tornar possível o acesso de informações de forma mais segura e confiável. Como? Através de um banco de dados clínicos unificado entre toda a área da saúde.Ou seja, imagine um histórico de exames e repositório de documentos de pacientes que ficarão armazenados e centralizados em um único lugar. Eles poderão ser acessados a qualquer momento e por várias equipes médicas que visam os tratamentos do paciente.

A Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS)

Antes de continuar, precisamos de uma pausa para falar de outro conceito importante para o Open Health, a RNDS. Ela faz parte do Plano de Estratégia de Saúde Digital para o Brasil 2020-2028 e tem o objetivo de auxiliar no controle das emergências de saúde pública.Em um primeiro momento, vai contribuir com a compilação dos dados das vacinas e exames de Covid-19 das pessoas. Ao passo que com o compartilhamento de informações por meio de um aplicativo que já é bastante conhecido por aqui, o Conect SUS.A meta posterior é a de que, até 2028, a RNDS se torne uma plataforma digital de informações e serviços de saúde para todo o país. Inclusive, com o diferencial será a integração de usuários, pacientes, comunidades, gestores, profissionais e organizações.E isso só se tornou possível devido ao conceito de Open Health, que também traz a ideia do PEP (Prontuário Eletrônico do Paciente). Pensando a longo prazo, é possível prever que a RNDS se tornará uma forma padronizada e rápida de promover o ecossistema da área da saúde.

O Open Health na prática

Para entender o funcionamento dessa tecnologia no dia a dia, vamos simular um exemplo. Imagine um paciente em uma consulta médica. Lá, é solicitado a ele um exame médico. Porém, ele lembra que fez o mesmo exame há poucos dias.Ao invés de refazer o exame, através do Open Health, o médico poderá acessar, com a autorização do paciente, o resultado do exame já realizado. Assim, não teria que refazer exames, agilizando o tratamento e a possibilidade de bons resultados.

Tem a vantagem da praticidade também. 

Porque como acontece com a digitalização de documentos pessoais (RG, CNH, carteira de trabalho), os exames também ficariam disponíveis em um banco de dados. E há outro exemplo para mostrar o benefício disso.

Imagine um caso de acidente de trânsito. 

No atendimento emergencial, a equipe médica poderia identificar várias questões importantes, como alergias a medicamentos, o que ajudaria a evitar complicações. Além da visualização do próprio histórico de cirurgias e tratamentos.Mais uma situação que será mais fácil de ser resolvida…

A mudança de plano médico. 

Assim, as perguntas sobre o histórico de saúde e doenças pré-existentes facilitaria a portabilidade em questão de segundos, através de um único clique. Hoje, isso leva até 3 meses, na média.

Os benefícios do Open Health

São milhares os benefícios do Open Health na saúde, inclusive, já mencionamos alguns deles de maneira indireta neste conteúdo. No entanto, agora confira os principais em detalhes.

A conectividade do setor de saúde

Há alguns anos atrás seria impossível pensar em um mundo onde o setor público de saúde e o setor privado de saúde se unissem. Ou melhor, se integrassem através das informações. Agora, isso é realidade. A Saúde 5.0 tem esse viés da conectividade e foco no paciente.

A Jornada do Paciente será efetiva

No marketing é mais comum falar em jornada do cliente. Na saúde, a expressão está ganhando notoriedade agora. Mas, traz vantagens como o fato de permitir que um tratamento seja complementar a outro, com base no histórico. No Open Health, a Jornada será mais real.

O digital first como premissa para dar certo

Apesar de parecer ser um entrave no setor, o que se torna resistência para muitas empresas, saiba que o digital first é a prova de que o Open Health tem tudo para dar muito certo. O conceito é o de tornar o digital como hábito, o que já tem acontecido na preferência dos pacientes.

A maior assertividade nos tratamentos

O papel dos dados compartilhados tem uma grande importância na assertividade dos tratamentos de saúde. A ideia tem por trás o conceito de data-driven, que se refere à uma organização orientada por dados e números que servem para tomar decisões inteligentes.

A abordagem para novas condições

Um ponto muito interessante que pode ser mencionado como vantagem do Open Health é que ele vai permitir a descoberta de tratamentos, condições e padronização de novas doenças ou condições raras. Afinal, agora teremos um histórico com os dados coletados.

A gestão digitalizada na área da saúde

Assim como há benefícios do Open Health para pacientes também tem para os gestores de estabelecimentos desse setor. A transformação digital permite não apenas a diminuição do uso de papel, mas melhores análises para a tomada de decisão. 

Os desafios da implantação do Open Health

São muitas as vantagens do Open Health. No entanto, ainda que a ideia já esteja acontecendo, aos poucos, também é possível notar que os desafios serão grandes. Especialmente no que tange a questão da segurança cibernética.Essas lacunas precisarão ser mais bem estudadas e avaliadas, de modo que a intenção central seja a de assegurar o direito à proteção de dados. O primeiro passo é ter o consentimento de cada um dos pacientes para o compartilhamento das informações, como no Open Banking.Outro ponto é que as informações estarão espalhadas em vários sistemas, do público ao privado, o que é diferente dos dados financeiros, que fica mais centralizado em um único órgão, o Banco Central.

A LGPD

Para vencer esse obstáculo, a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) é considerada como um primeiro passo para garantir as regras de sigilo com os pacientes. Para se ter uma base, relembre o Artigo 11, parágrafo 5º da LGPD:Proíbe o uso de dados das pessoas por parte de operadoras de saúde para a prática de seleção de riscos na contratação de qualquer modalidade, assim como na exclusão do beneficiário”.A mesma ideia está embasada no Código de Defesa do Consumidor, no Artigo 39, que se preocupa com o fato de que as operadoras não podem adotar condutas discriminatórias para dificultar a contratação ou a troca de planos de saúde. Essa seria uma prática abusiva.

O blockchain

Outro exemplo que mostra o movimento positivo do setor tecnológico para instalar o Open Health é o blockchain, que é um termo conhecido quando se fala sobre criptomoedas e bitcoins. Logo, temos uma prática de registro distribuído, isto é, ledger technology.Em um resumo rápido e didático, considere várias redes de informações que possuem transações que são protegidas por criptografias. Dessa forma, tudo fica em blocos menores que se conectam uns aos outros. É essa “fragmentação” que garante a segurança e o sigilo dos dados.

A tecnologia em prol da saúde

Após descobrir o que é Open Health, seus benefícios e desafios, você pode ver que a tecnologia na saúde é um assunto extremamente importante e que deve ser considerado por todas as empresas que estão ligadas a esse tema.Open Health é uma oportunidade de mercado, onde é possível ter certeza que o sistema de saúde do Brasil vai mudar em pouco tempo, se tornando mais rápido, mais digitalizado e mais seguro, também. Mais do que tendência, é uma revolução na saúde.Para você que gosta desse tipo de conteúdo, saiba que temos um artigo que menciona como fazer um Plano de Gerenciamento de Tecnologia em Saúde.Confira também: Vacinação em domicílio

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